Como escolher a solução de monitoramento geotécnico certa

Para determinar a solução de monitoramento adequada para uma estrutura geotécnica, o engenheiro geotécnico precisa considerar vários fatores em sua análise, tais como: o mecanismo de falha de maior potencial, a confiabilidade do provedor da solução de monitoramento, além de elementos técnicos e econômicos. A estratégia de monitoramento desempenha um papel crucial neste processo de tomada de decisões.

O gráfico abaixo ilustra esse conceito de forma clara. No eixo horizontal, temos o grau do risco da estrutura geotécnica a ser monitorada. No eixo vertical, vemos o nível de intensidade necessário para o monitoramento dessa estrutura.

Quanto mais alto o risco geotécnico, mais intenso deve ser o monitoramento. Ao aumentarmos o grau de intensidade, também cresce a precisão, a cobertura, a aquisição de dados e o investimento.

O gráfico (abaixo) divide duas estratégias principais com uma linha pontilhada vertical – Gestão de riscos geotécnicos (à esquerda) e Gestão emergencial (à direita).

Gestão de riscos geotécnicos

Nessa fase, o monitoramento tem por objetivo gerar dados, monitorar tendências e entender o comportamento da estrutura – por isso também é conhecido como monitoramento em segundo plano. À medida que a movimentação e os riscos aumentam, a estratégia passa a focar nos dados críticos de segurança que corroboram as decisões relacionadas à segurança, como a manutenção das operações ou a evacuação da área.

Principais ferramentas:

• InSAR: cobre amplas áreas com precisão fornecendo leituras com menor frequência, identificando problemas em seus estágios iniciais e monitorando tendências à medida que os riscos aumentam.
• Sensores locais (GNSS, inclinômetros, instrumentação geotécnica convencional): bastante precisas e pontuais, mas não cobrem áreas inteiras.
• Soluções a laser (estações totais robóticas): permitem a instalação de uma rede de prismas para cobrir grandes áreas em detrimento do tempo de aquisição dos dados.
• Radares de estabilidade de taludes: representam o nível mais alto em termos de cobertura, precisão, fornecimento de dados e configuram uma solução crítica de segurança.

Gestão emergencial

Essa fase é o último estágio da gestão de risco, na qual os dados indicam que um colapso já está acontecendo naquele momento. Estes sistemas são projetados para uso em falhas extremamente rápidas, como rompimentos de barragens de rejeitos, avalanches e quedas de rochas.

É essencial lembrar que nenhuma solução de monitoramento consegue fornecer todas as respostas. A escolha de uma solução sempre envolve prós e contras, o que pode levar à priorização de um parâmetro em detrimento de outro.

— Antonio

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